Advogado é preso no lugar de cliente e vira alvo de piada feita por
juíza
Um mandado de
prisão emitido com o nome errado fez com que um advogado de Indaiatuba, no
interior de SP, fosse preso no lugar do cliente dele.
Segundo a OAB-SP (Ordem dos Advogados
do Brasil em São Paulo), dias depois, o defensor ainda foi vítima de um comentário
malicioso da juíza durante uma audiência.
Segundo o presidente da Comissão de
Direitos e Prerrogativas da OAB SP, Ricardo Toledo Santos Filho, o documento,
emitido pela 1ª Vara Cível da cidade, foi entregue à polícia, que cumpriu a
“ordem”. Mas, o defensor, que não quer ter o nome revelado, percebeu que era o
cliente que deveria ir para a cadeia e não ele.
— Ele se rebelou, naturalmente. A
ordem era indevida, era ilegal. Ele tentou argumentar, pediu para ligarem na
vara. A polícia usou de truculência e o levou à delegacia. Lá, ele acionou os
colegas que foram sanar esse erro. Ele ficou quatro horas preso enquanto isso.
Se não bastasse, em uma audiência na
mesma vara, a juíza teria feito um comentário malicioso, segundo Santos.
— Alguns dias depois, uma autoridade
do fórum fez chacota desse fato. Falou, “foi só um advogado preso? Deveria ter
sido a classe toda”.
A OAB-SP apura os fatos. Até o
momento, não há explicação para o mandado de prisão emitido em nome do advogado
e não do réu. Pessoas que estavam na audiência também estão sendo ouvidas pela
comissão da Ordem para comprovar a “piada” da magistrada.
— Isso aí não pode acontecer. O erro
está caracterizado. Agora, a gente está averiguando se houve uma intenção
deliberada de prejudicar o advogado, para ver se teve alguma situação de
retaliação, por exemplo.
Com relação aos comentários, nós não
aceitamos isso de jeito nenhum. O autor dessa afirmação jocosa, irônica e
ofensiva a uma classe vai responder sim pelos danos morais, e na esfera
criminal e disciplinar.
Por meio da assessoria de imprensa do
Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza disse que no mesmo dia em que o
advogado foi preso, comunicou o erro à Corregedoria-Geral de Justiça. Um
procedimento foi instaurado para apurar o fato. Sobre as supostas declarações,
a magistrada nega que tenha feito qualquer comentário ofensivo à categoria.
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