A crise de
segurança que provocou a alta de homicídios em São Paulo entre 2012 e o começo
deste ano parece no passado. O Estado registrou em outubro a sétima queda
consecutiva nos assassinatos, na comparação com o ano passado. Já a capital
paulista teve a quinta redução seguida. Ao mesmo tempo, no entanto, os roubos
cresceram 18,9% no Estado e 23,1% na cidade, segundo dados divulgados ontem
pela Secretaria da Segurança Pública.
Em outubro,
as taxas de homicídio no Estado tiveram a maior queda da série em relação ao
ano passado: 22,4%. A diminuição é puxada principalmente pela capital, que teve
diminuição de 28%, com 108 casos no mês passado. Comparando os primeiros dez
meses do ano com o mesmo período de 2012, a capital acumula queda de 8,5%.
Em
compensação, a piora nos crimes contra o patrimônio foi drástica em outubro. A
capital teve aumento de roubos (sem contar de veículos) em 75 dos 93 distritos
policiais. Foram 11.368 casos ao todo, uma média de 367 por dia. É o maior
número desde janeiro de 2011, quando os dados mensais começaram a ser
divulgados. Também aumentaram no período os casos de roubos de carros no Estado
(21%) e na capital (25,5%). Nos dez primeiros meses do ano, o roubo de carro no
Estado acumula alta de 11,4% na capital e de 5,5% no Estado. O crescimento
acumulado dos roubos em geral é de 9% na capital e 6,4% no Estado.
E, quando os
assaltos aumentam, os latrocínios seguem. Na capital, foram 12 casos de roubos
seguidos de morte em outubro, o dobro em relação ao mesmo mês de 2012. No
Estado, a alta foi de 38,1% - de 21 para 29 ocorrências.
Para o
secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, é necessária uma ação
estruturante para o combate do crime contra o patrimônio. "O latrocínio é o roubo que não deu certo. À medida que nós
conseguirmos avançar no combate ao roubo, principalmente ao de veículo, que
representa 50% dos casos de latrocínio, estaremos também reduzindo os casos de
latrocínio."
O secretário afirma que um desafio é acabar com os desmanches ilegais de carro. "Quando você tem um sistema de desmonte de veículos com uma regulação adequada para coibir a receptação, você inibe a prática criminosa. O mercado, às vezes, tem necessidade de peças de veículos usados, mas, se você não tiver um sistema autocontrolado e bem fiscalizado, você fomenta a receptação."
O secretário afirma que um desafio é acabar com os desmanches ilegais de carro. "Quando você tem um sistema de desmonte de veículos com uma regulação adequada para coibir a receptação, você inibe a prática criminosa. O mercado, às vezes, tem necessidade de peças de veículos usados, mas, se você não tiver um sistema autocontrolado e bem fiscalizado, você fomenta a receptação."
Crise
Coincidência ou não, outubro foi o primeiro mês em que se pode medir a crise que envolveu o anúncio do fim da isonomia dos salários de policiais civis e militares, ocorrida no fim de setembro. O programa do governo estadual provocou revolta entre os coronéis da PM, que chegaram a pregar a diminuição do empenho no patrulhamento cotidiano.
O número de
flagrantes de tráfico de drogas, considerado medidor da atividade policial,
acumula alta de 7,9% nos primeiros dez meses deste ano em todo o Estado, mas
caíram 6,5% em outubro.
Apesar dos
dados, o secretário de Segurança disse ontem que a polícia tem se empenhado.
Ele citou o recorde de 141.536 pessoas presas de janeiro a outubro.
O ESTADO DE S. PAULO - METRÓPOLE
O ESTADO DE S. PAULO - METRÓPOLE
Laura Maia
Daniel Trielli
COLABOROU BRUNO PAES MANSO
Nenhum comentário:
Postar um comentário