sexta-feira, 5 de abril de 2013

Câmara aprova projeto que aumenta pena para sequestro


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, questionou o sistema de prescrição no direito penal brasileiro. Para ele, deveriam ser alteradas as regras atuais que fazem com que, a partir do decurso de determinados prazos previstos em lei, a pessoa não possa mais ser punida pela Justiça. 

"Prescrever ao longo da tramitação [do processo] é indicação de um sistema que não quer punir", afirmou Barbosa, durante debate realizado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Os conselheiros julgaram um processo administrativo contra dois juízes do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais que teriam permitido a prescrição de 270 processos. 

Ao longo dos debates sobre o caso, Joaquim Barbosa qualificou a prescrição como "uma espada de Dâmocles na cabeça do juiz". Ele utilizou essa expressão para ressaltar que, com o sistema de prescrição atual, a Justiça pode ser surpreendida com uma notícia ruim a qualquer momento - o fim do processo, com extinção da possibilidade de pena para o acusado. 

"Tem que haver uma reformulação total dessas regras de prescrição", insistiu Barbosa. "Elas conduzem a essas perplexidades", completou. 

Ao fim do julgamento no CNJ, os juízes foram punidos com pena de censura. 

No julgamento do mensalão, em novembro, Barbosa também contestou o sistema de prescrição penal e chegou a ironizar o pedido do advogado de Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário Marcos Valério, para que fosse aplicada a pena mínima a seu cliente. "É o mínimo que conduzirá certamente à prescrição", disse Barbosa, na ocasião, com um leve sorriso ao fazer esse comentário.

Fonte: Valor Econômico – Política

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