segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Estados mais violentos têm menos armas legalizadas


Estados com maiores índices de violência são os que têm menor número de pessoas com porte de armas autorizado pela Polícia Federal. 

Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram também que a correlação é a mesma se considerado o número de armas registradas oficialmente em cada unidade da Federação. 

No total, existem no país 1,2 milhão de autorizações para posse de armas e 3.400 civis com permissão para andarem com o armamento.

Os dados reforçam a avaliação de especialistas sobre o impacto quase nulo das armas legais na violência. 

O Amapá, quinto Estado mais violento segundo o Mapa da Violência de 2012, tem dois portes autorizados. Alagoas, o campeão da violência, tem 49. Já o Rio Grande do Sul tem o maior número de porte de armas, 1.060, e é o quinto Estado menos violento. 

Há uma diferença entre os registros de armas e o porte, ambos feitos pela PF. É como se fosse o documento do carro (registro) e a carteira de motorista (porte). 

Quem for pego na rua armado e sem porte pode responder criminalmente.

São Paulo tem o maior número de armas registradas: 273 mil, seguido por Rio Grande do Sul (158 mil). 

Desde a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, em 2004, a PF restringiu o porte de armas. Para obtê-lo, os interessados têm de comprovar necessidade profissional do uso da arma ou ameaça à integridade física. 

Antes de conceder o porte, a PF analisa o histórico da pessoa: passagens pela polícia, processos na Justiça, se tem emprego fixo etc. 

Para especialistas e delegados da PF, os dados reforçam que não há relação direta entre porte de armas e violência - até porque criminosos não usam armas legais. 

Dados do Sistema Nacional de Armas mostram que 80% das armas apreendidas em crimes têm origem nacional e, em algum momento, entraram na ilegalidade, seja por roubos de armas legais ou desvios de depósitos de polícias ou militares. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Cotidiano
Fernando Mello
Márcio Falcão
http://www.aasp.org.br/aasp/imprensa/clipping/cli_noticia.asp?idnot=13768

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