Na luta contra os traficantes de drogas, os policiais levaram a melhor
nos seis primeiros meses deste ano. No período, as apreensões de crack foram
65% superiores, e as de cocaína, 55% maiores, na comparação com o primeiro
semestre do ano passado.
Até dezembro, investigações em andamento devem aumentar ainda mais o volume
de apreensões de entorpecentes, apostam os agentes do Departamento Estadual de
Investigação do Narcotráfico (Denarc).
Até o final de junho, a quantidade de cocaína apreendida já era superior
à de todo o ano de 2011. Os bons resultados são creditados a dois fatores:
manter acossados os distribuidores de drogas com a realização de operações
policiais.
E descobrir e prender os atacadistas do tóxico, aqueles que buscam a
cocaína nos países vizinhos, principalmente o Paraguai, e a fornecem aos
distribuidores, conforme o delegado Heliomar Athaydes Franco, diretor de
investigação do Denarc.
O delegado diz que o êxito da polícia no primeiro semestre também se
deve ao aperfeiçoamento de técnicas de investigação, realizadas graças à
parceria com a Justiça. Há orientação em alguns procedimentos, como na
infiltração de agentes nas quadrilhas, estratégia que produz um volume de
informações considerável.
— Como não são claras as regras
jurídicas que regulamentam a técnica de se infiltrar, as informações coletadas
pelo infiltrado podem ser contestadas pela defesa do traficante. Daí a
importância de se ter o acompanhamento da Justiça, nesta questão, para que as
provas produzidas sejam robustas o suficiente para colocar o bandido na cadeia
— comenta o delegado.
Teconologias desvendam movimento dos bandidos
Teconologias desvendam movimento dos bandidos
Além da infiltração, Heliomar diz que o uso de novas tecnologias — as quais ele não revela — nas escutas
telefônicas, autorizadas pela Justiça, tem contribuído para um acompanhamento
dos deslocamentos dos integrantes das quadrilhas. Esses deslocamentos ajudam a
construir um mapa dos endereços visitados pelos bandidos.
O resultado é que os agentes conseguem localizar o depósito de drogas da
quadrilha, como foi o caso do sítio na zona rural de Candelária, no Vale do Rio
Pardo, onde o traficante Osni Valdemir de Melo, conhecido como Sapo, tinha um
laboratório de crack, descoberto no mês passado.
O sucesso da polícia sobre os traficantes é temporário. Como policial
experiente, o delegado diz que tem conhecimento disso. Os traficantes já devem
ter inventado outra maneira de driblar os investigadores.
Um golpe certeiro
As estatísticas de apreensão de drogas foram encorpadas pelo desmonte de
um laboratório de refino de cocaína e crack em Candelária. Foi o golpe dado
pelos policiais no chamado Barão das Drogas do Vale do Rio Pardo, o foragido
Osni Valdemir de Melo, 50 anos. Conhecido como Sapo, ele está na lista dos mais
procurados da Interpol, a polícia internacional.
O ataque dos policiais ao laboratório ocorreu no mês passado. Nas
instalações, que funcionavam em um sítio, foram apreendidos 451 quilos de
cocaína e crack. Morador discreto da cidade de Candelária ao longo de mais de
três décadas, mantinha como fachada um negócio de venda de carros usados.
Em sua atividade mais rentável, construiu um império fornecendo drogas
para distribuidores e varejistas de cocaína, crack e maconha trazidos do
Paraguai, da Bolívia e da Colômbia. Devido às conexões de Sapo com os cartéis
de drogas desses países, a polícia gaúcha conseguiu que o nome dele fosse
incluído na lista dos foragidos da Interpol.
Fonte: Zero Hora –
Polícia
Carlos Wagner
http://www.aasp.org.br/aasp/imprensa/clipping/cli_noticia.asp?idnot=12581
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