Mesmo lamentado as mortes
ocorridas em conflitos de torcidas uniformizadas, o juiz da 31ª. Vara Cível da
Capital, Luiz Fernando Cirillo, negou liminar ao promotor Roberto Senise, que
pede a dissolução da Gaviões da Fiel e da Mancha Alviverde (na Capital) e de
outros quatro grêmios de Campinas. Em seu pedido, Senise alegou que algumas
uniformizadas haviam se transformado em “quadrilha
ou bando, promovendo brigas e mortes pelas ruas”. Mas o juiz não
aceitou o argumento do promotor:
“Lamentavelmente, a ocorrência de mortes relacionadas com atividades das
torcidas de futebol não é novidade, para que a liminar constitua solução
eficaz”, escreve o juiz Cirillo em seu despacho, publica sexta-feira (25).
O despacho do juiz se
refere apenas à Gaviões. Cada uma das seis torcidas responde
separadamente no processo. Apesar dos conflitos de rua, o juiz não vê tanta “urgência” civil para dissolver a
Gaviões.
No entendimento do juiz, a
Gaviões deve continuar funcionando porque “não
há urgência ou necessidade que justifiquem a abstração da garantia processual”.
O juiz quis dizer que há necessidade de continuar a ação civil, que propõe
multa de R$ 500 mil, até o final e, depois disso, avaliar se o fechamento das
organizadas é viável.
O MP ainda não decidiu
se recorrerá da decisão do titular da 31ª Vara Cível a uma instância superior.
O promotor Roberto Senise
deixou a Promotoria do Consumidor para assumir a Promotoria Eleitoral. Em sua
liminar contra as uniformizadas, ele pediu o fim imediato do funcionamento da
Mancha Alviverde (Palmeiras), Gaviões da Fiel (Corinthians), Serponte e Jovem
Amor Maior (Ponte Preta), Guerreiros da Tribo e Fúria Independente (Guarani).
O ponto principal do pedido
de liminar assinado pelo promotor pode ser resumido em um parágrafo:
“A violência, ao invés do esporte, tornou-se o mote dessas torcidas
organizadas, travestindo-se de associação com fins lícitos, para entidade
promotora de atos ilícitos, configurando-se em verdadeira atuação de quadrilha
ou bando”, argumenta Senise em sua petição enviada à Justiça.
No último dia 25 de março,
houve um confronto de torcedores da Gaviões da Fiel com os da Mancha Verde, no
bairro da Cachoeirinha, zona Norte de São Paulo. Dois torcedores do Palmeiras
acabaram mortos no conflito de rua.
O promotor lembra em seu
pedido que um torcedor da Gaviões fora vítima de violência em outra briga de
rua, promovida no dia 29 de março de 2011 entre as duas torcidas. O rapaz
tentava escapar da perseguição dos adversários quando se atirou no Rio Tietê e
morreu. O corpo do só foi encontrado dias depois.
Fonte: UOL – Esporte (São
Paulo)
Roberto Pereira de Souza
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